Queda da Ciclovia no Rio de Janeiro – 7 Erros Que Contribuíram

Saiba como o um projeto de pintura, feito por um especialista em corrosão, teria contribuído para evitar a queda da ciclovia no Rio de Janeiro e poupado a vida de duas pessoas.

Tragédias costumam ocorrer não só por causa de um único erro ou ocorrência. Em geral são vários erros que somados a uma ou mais ocorrências causam a tragédia.

O jornal de bairro Portal do Leblon, em sua edição de 28/04/2016, apresentou uma lista de 7 erros de projeto que contribuíram para a queda da ciclovia e seu desabamento.

queda da ciclovia

Vejam os diferentes problemas que foram citados pelo jornal Portal do Leblon;

queda da ciclovia

    

Para cada erro acima citado é necessário a participação de um profissional específico com experiência para apresentar a solução. Estes profissionais compõem a equipe de projeto.

Então vamos focar nos erros que causaram a queda da ciclovia, em relação a nossa área; que tratam do assunto “corrosão”; que são o quinto e o sexto erros.

QUINTO ERRO: Ferrugem: há riscos de corrosão nos guarda-corpos e nas telas

SEXTO ERRO: Telas: em estado de corrosão, as telas podem não suportar o impacto de bicicletas

A atmosfera marinha é considerada altamente agressiva; de acordo com a ABNT NBR 14643 (C5 e C6); portanto todas as práticas de projeto devem ser aplicadas com o rigor que o meio ambiente exige.

Segue abaixo uma lista com algumas práticas de projeto a serem cumpridas; que se fizerem parte do mesmo, jamais podem constar numa lista como a colocada pelo jornal. Estas práticas são reconhecidas como eficazes na proteção anticorrosiva e visam evitar o aparecimento de pilhas de corrosão. Além disso, têm o objetivo de assegurar um controle de corrosão adequado, em casos onde é inevitável a sua existência. A queda da ciclovia não seria causada por corrosão se esta lista fosse checada:

  • Evitar contato direto de materiais metálicos com potenciais diferentes. Se isto for necessário, deve ser exigido no projeto a colocação de arruelas, gaxetas ou juntas entre os pontos de contato, para agir como isolante, evitando assim a corrosão.
  • Usar aço com espessura superdimensionada adequadamente em função da taxa de corrosão prevista. Esta prática é bastante aplicável quando a instalação é sujeita a um processo corrosivo uniforme e generalizado.
  • Evitar cantos vivos. São regiões onde as películas protetoras (tintas), apresentam maior dificuldade de aplicação e são danificadas mais facilmente.
  • Evitar frestas. Estas causam corrosão por aeração diferencial e corrosão por concentração diferenciada.
  • Prever drenagem de águas pluviais. As águas pluviais ou de qualquer outra origem, quando retidas em contato com a superfície metálica, aceleram os processos corrosivos.
  • Prever fácil acesso para inspeção e manutenção das áreas suscetíveis a corrosão; de maneira que todas as regiões sujeitas a corrosão possam ser inspecionadas periodicamente e quando necessário, os trabalhos de manutenção sejam realizados.
  • Definir esquema de pintura adequado ao meio onde as estruturas serão expostas. Para o meio ambiente marinho que é altamente agressivo; sempre que possível; aplicar galvanização no aço e depois um esquema de pintura seria bem apropriado. Isto porque neste caso haverão 2 formas de proteção à corrosão: a proteção catódica fornecida pelo zinco (galvanização) e a proteção por barreira fornecida pela película de tinta.
  • Estabelecer plano de controle de corrosão através de inspeções periódicas.

A lista acima apresenta algumas das práticas reconhecidamente eficazes na proteção anticorrosiva. Não é completa porque cada projeto tem suas peculiaridades e seus diferenciais que vão conduzir o especialista aos caminhos mais adequados a cada particularidade apresentada. Os valores disponíveis para a obra também devem ser levados em conta e mesmo sendo apertados, é possível usar materiais de menor custo, tratar adequadamente o material escolhido e acompanhar sua performance periodicamente de modo a eliminar todos os riscos que podem ser previstos.

O importante a ressaltar é a necessidade da avaliação de um especialista em cada área do projeto, para que ele não traga riscos; e a corrosão do aço é de grande importância em qualquer projeto e deve ser levada a sério. 

De maneira geral, pode-se definir corrosão metálica como a deterioração do material por ação química ou eletroquímica do meio ambiente, aliada ou não a esforços mecânicos. Esta deterioração representa alterações prejudiciais e indesejáveis, sofrida pelo metal, tais como desgastes, perdas de massa ou modificações estruturais. A corrosão é um processo inverso dos processos metalúrgicos de obtenção do metal; é uma reação espontânea que está constantemente acontecendo, onde se observa o retorno do metal a sua forma original; como ele é encontrado na natureza. Por isso a corrosão metálica precisa ser estudada e analisada em qualquer projeto onde haja a presença de metais.

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Rosemary Coutinho

Rosemary coutinho é fundadora do site www.opintorconsultoria.com. Profissional formada em Química Industrial com mais de 20 anos de experiência na área de pintura, tintas e corrosão. Fez diversos cursos de aprimoramento nesta área, inclusive o de pintura industrial fornecido pela ABRACO e é também qualificada pela Petrobras como Inspetora de Pintura Industrial. Possui profundo conhecimento na área de qualidade, certificação em ISO 9000; documentação de qualidade, data-book de obras e é auditora interna da ISO 9001.

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Sobre A Autora

Rosemary coutinho é fundadora do site www.opintorconsultoria.com, é uma profissional formada em Química Industrial com mais de 20 anos de experiência na área de pintura, tintas e corrosão…

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